sábado, 10 de setembro de 2011

RIO DOCE




A vibrar uma estranha e doce prece
Namorando a linda Ibituruna, desce o rio,
Valente impetuoso até parece
As lágrimas da serra, fio a fio

À noite, sonolento, murmuroso e sombrio
Amplos vales coranto ei-lo que desce...
Ao cair de uma folha o murmurio
Das águas escuras levemente cresce...

Beijam-lhe as faces pêndulas ramagens.
Macio, calmo, torna-se ondulante,
Ao perpassar silente das águas...

E o tédio, a dor dos corações humanos,
Pasmados assistem o gigante,
Desenrolar os meses e os anos.


Bertine das Neves Lima



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